quinta-feira, 21 de abril de 2011

Diga que ama




Na minha casa se dizia eu te amo o tempo todo: Mãe,
me acorda às seis, te amo. Saí pra comprar pão, amo vocês.
Desculpa por ter sido grossa, e obrigada
por me amarem mesmo assim. O amor estava nas brigas,
nas cócegas, nas cantorias na cozinha e em todos
os outros espaços da casa. É tão natural que eu saia
por aí espalhando amor, dizendo amor, escrevendo e sorrindo amor.
Não sei ser contida e pensar mil vezes antes de dizer
que gosto de alguém. Até consigo, mas o amor fica querendo
sair por cada poro do meu corpo, tornando
uma luta desagradável, essa de não dizer.
Não era para ser desse jeito.
As pessoas não deviam entrar em pânico e sumir
ao ouvir que outras se importam, muito pelo contrário:
deviam deixá-las mostrar o que são capazes de fazer
pra dividir esse carinho.


Verônica H

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